Resenha: Sombras do Medo – Camila Pelegrini

março 16 2015

                Bom dia, hoje é dia de se animar afinal a sexta-feira já está chegando 😉 E nada melhor que terminar a semana com leituras ótimas, certo? Ultimamente tenho dado bastante sorte com as obras e a de hoje eu tenho que dizer que me conquistou muito mais do que eu pensava. Convido você a se envolver em um mundo de divisões e com luta pela sobrevivência, onde a pior parte do ser humano irá mostrar a cara, conheçam Sombras do Medo um lançamento da editora Garcia edizioni e que recebemos há algum tempo. É impossível não gostar da obra e parar de ler.  Mas antes de começarmos, deixe-me fazer duas perguntas:

O que você oferece ao mundo? O que traz dentro de você?

Autora: Camila Pelegrini

Editora: GARCIA edizioni

Ano: 2014

Avaliação: 6/5. – Favorito

Sinopse: Em um futuro pós destruição em massa, provocada pelas guerras humanas e desastres naturais – para os quais os humanos também contribuíram grandemente – o mundo é dividido em 5 grandes regiões. Em cada uma delas vivem ordinários e singulares, pessoas com ambições completamente diferentes. Estes dominam o mundo. Aqueles tentam tão somente sobreviver.

E ao viverem dessa forma, a bondade beira a extinção. O caos reina em seu lugar, despertando forças malignas que há muito esperam para serem alimentadas.

A maior guerra de todos os tempos finalmente começa e a humanidade já se encontra em desvantagem. E em meio a tanto ódio e destruição, será o amor capaz de afastar as Sombras do Medo?

                 A preocupação com o que nos aguardo no futuro é constante. Diariamente vemos nos noticiários falando sobre os danos que o ser humano vem causando a natureza. Alguma vez você já parou para pensar, nem que seja por alguns minutos, sobre o que o futuro nos reserva se continuar assim? Bom, essa obra pode dar uma ideia de como seria.

                Quando guerras humanas e desastres naturais destroem a maior parte do mundo que conhecemos hoje, algumas divisões e lutas surgem. Aqueles com privilégios não precisarão se preocupar tanto com isso enquanto exploram os menos favorecidos que tentam diariamente sobreviver. Com a maior parte dos bens essenciais destruídos surge um governo nada justo, onde antes existiam países agora existem capitais e o tipo de destino que irá ter irá depender em qual lado está inserido: singular ou ordinário. Acredito que você irá entender quem é que tem a pior qualidade de vida, se pudermos chamar assim.

 “Não se lembrava ao certo quando o mundo havia sido dividido daquela maneira: ordinários e singulares. Cinco capitais estabelecidas nos pontos vitais do planeta, onde se encontravam as maiores fontes de riqueza natural, por onde passavam os principais cursos fluviais e onde restava a maior quantidade de vegetação e solo fértil. Nessas capitais viviam as pessoas mais poderosas do mundo, uma minoria influente que não sofria os efeitos drásticos da redução da água e da natureza, já que tudo o que havia sobrado, localizava-se no quintal de sua casa.”

                É nesse cenário que conhecemos Anabele, uma ordinária comum e ao mesmo tempo diferente dos outros. Nunca aceitou o fato da desigualdade que existe, afinal como poderia se todos são pessoas de forma igual e nada os diferencia. Sua família se resume a sua mãe, uma vez que seu pai morreu sendo explorado pelos singulares, que possuí uma atrativa beleza mesmo com os danos causados pelo trabalho excessivo. Nenhum ordinário tem direito a uma folga do serviço e preciso trabalhar para ter o que comer e o que beber, quem não produz, não recebe e consequentemente pode morrer.

                Ane, como os mais próximos a chamam possuí uma alma incrível, sempre disposta a ajudar quem precisa e é o tipo de amiga leal para Vincent, seu melhor amigo desde sempre que para quem olha de fora consegue perceber que sente algo a mais por ela. No entanto, um outro rapaz, forasteiro, que chegou a cidade há apenas alguns meses e que tem a capacidade de fazê-la sentir coisas que não consegue entender.

“Balançou a cabeça e tentou afastá-lo de sua mente, mas os pensamentos insistiam em sua direção. Não suportava muito tempo perto dele, mas quando se afastava, logo se notava procurando, ansiosa por vê-lo de novo.”

                Não existe mais natureza do lado de fora da cidade, todo tipo de comida viva já foi extinta uma vez que criar qualquer animal dava muita despesa em questão de comida que eles não tinham. Com o que davam para fazer os animais crescerem para serem usados é a mesma quantidade que precisavam para sua própria subsistência. Então logo não se via mais animais por ali, ou melhor, do lado de fora da muralha construída a base de sangue pelos ordinários, não existia basicamente nada.

“Assim, haviam comido tudo o que restara de vida comestível. Henry pensou na expressão por um segundo. Vida comestível. Por mais estranho que soasse, era algo real. A palavra vida assumira um significado absolutamente diferente de antes, concluiu. A menos que se tratasse da vida de um singular, é claro.”

               

                Como se apenas isso já não fosse motivo suficiente para considerar suas vidas ruins, ultimamente uns sumiços de pessoas das províncias tem causado medo na população. Ane tem constantes pesadelos, e a preocupação é algo presente. Ninguém sabe o que acontece com quem é pego, mas o que todos sabem é que os gritos que escutam são terríveis a ponto de fazer com que todos desmaiem. Ordinários acusam os singulares dos ataques, singulares dizem que isso tudo não passa de um plano dos ordinários, mas afinal será que algum deles está certo? Ou a resposta é outra?

“ –Os instrumentos usados para subjugar alguém são encaradas de forma distinta por aqueles que dominam e por quem é dominado. As muralhas são só a confirmação, a concretude de algo muito maior: o desprezo que o homem sente por sua própria espécie, por outras e pelo planeta em si.”

                Entre tantas coisas ruins, ainda é possível observar coisas boas. Sentimentos irão surgir e não haverá escapatória, mas será que é tudo verdade? A verdade tem a capacidade tanto de libertar quanto de destruir. Em meio ao caos eles conseguirão encontrar o caminho certo? Conseguirão valorizar o que é realmente importante? O medo uni as pessoas, mas será que juntos serão capazes de encontrar uma solução? O destino do que restou do mundo está sobre ameaça, a grande questão é:  quem saíra vencedor?

“Eu sei que você sonha em mudar esse mundo, mas se serve de alguma coisa, saiba que você mudou o meu.”

                Muito bem escrita, com uma trama construída de forma excelente e com uma capa linda que chama a atenção, Sombras do Medo é o típico livro que irá fazer você se apaixonar, sofrer junto com os personagens, aprender lições valiosas para a vida e não conseguir largar até chegar a última página. Não é atoa que se tornou uma de minhas favoritas, a autora está de parabéns e com toda certeza quero estar conferindo futuras obras dela. Quem adquirir o seu e embarcar nessa trama emocionante e repleta de reviravoltas não irá se arrepender, ela possui os elementos necessários, dosando na medida certa ação e romance, para ser uma obra que conquista a milhares de pessoas.

               

                Se não acredita em mim, vá atrás do seu exemplar e leia, se gostou do que viu aqui, com certeza irá amar. Espero os comentários e quero saber a experiência de vocês com a leitura, no meu caso foi a melhor possível 😉

                Beijos da Brooke