Boa tarde, meus amores. Vocês irão notar que agora não é mais possível copiar nada que está no blog e irei explicar o porquê. Ontem enquanto estava no facebook em uma outra página estava uma parte de uma das minhas resenhas e sem os devidos créditos, para evitar que coisas assim acontecessem novamente eu retirei essas opções. Os autores que desejarem alguma parte para divulgação podem me pedir que eu passo sem problemas, para quem tiver interesse eu também passo desde que esteja com os devidos créditos. Agora vamos ao que interessa certo? A obra de hoje é linda e emocionante, diferente de tudo que já li e que eu acredito que todos deveriam ler, vem comigo conhecer mais sobre Uma Canção Para Libélula da autora parceira do blog Juliana Daglio.
Autora: Juliana Daglio
Editora: Deuses
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
Sinopse: Era uma comum primavera numa fazenda qualquer, mas um encontro inusitado aconteceu: a Menina e a Libélula se viram pela primeira vez. Assombrada por um medo irracional da Morte, a Menina é marcada por esse encontro para o resto de sua vida. Compõe então uma canção em seu piano, homenageando a misteriosa libélula.
Os anos se passaram, Vanessa vivia em Londres e tinha a vida cercada por seu iminente sucesso como pianista, porém, algo aconteceu, mudando seu destino: Uma doença, uma viagem e um reencontro.
Vanessa precisará encarar fantasmas que sequer lembrava um dia terem assombrado sua vida, tendo de relembrar a morte do irmão e reviver seu conflito com a mãe. E mais importante e mortal, conhecer a grande antagonista de sua vida, a quem chama de Vilã Cinzenta.
De Londres a São Paulo, dos Palcos aos Lagos. “Uma canção para a Libélula” é a história de uma alma perdida e de sua busca por quebrar o casulo de sua existência, para só então compreender o sentido da própria vida. Este livro é um profundo mergulho em uma mente nebulosa, permeada por lagos obscuros e pela inusitada morte; não havendo sequer esperanças.
É incrivelmente complicado falar de uma história que ao mesmo tempo em que é linda é também triste e pesada, mas não por ser uma leitura enfadonha, e sim, por tratar de um tema sério e preocupante, a depressão. Raramente nos deparamos com obras que abordem o tema, mas deveríamos, uma vez que a depressão é tão séria como outras doenças como anorexia e bulimia e também com consequências tão grave quanto o bullying.
“O que a pobre menina não entendia era que naquele momento em que entoara uma breve canção à Libélula, havia atraído para si algo mágico, quase sobrenatural: uma escolha de vida.”
Nessa história somos levados a conhecer Vanessa, uma agora já moça que vive com seus tios em Londres, onde tem uma carreira de sucesso, mas não é completamente feliz. Desde pequena ela tem que conviver com uma vilã cinzenta por perto tendo como único refugio sua música e suas composições ao piano, que sempre insiste em relembrá-la de um fardo do passado pelo qual ela nunca conseguiu esquecer.
“ – Venha, vou lhe mostrar uma coisa. Mas tente não desviar os olhos – sussurrou, como se a lembrança do sonho tivesse se tornado real. E era real.”
Apesar de sua carreira está indo em direção a cada vez maior sucesso, ela odeia o fato de ter que ir as festas e interagir com outras pessoas e seus elogios decorados, o que ela só atura porque tocar seu piano é a única coisa capaz de libertá-la. Ela não sabe o que é o amor, tampouco o que é a felicidade, mas sabe que grande parte de ser assim vem da rejeição de sua mãe que felizmente ela não é obrigada a conviver já há 14 anos.
“Quem nunca espera nada de ninguém, nunca fica desapontado.”
No entanto, uma reviravolta do destino à leva a ter que voltar para o Brasil e enfrentar seus piores pesadelos, uma mãe que faz de tudo para humilhá-la, a vilã constantemente reforçando que é sua culpa e um pai que a deixou de lado pela mulher, mesmo que agora esteja arrependido. A convivência naquele lugar irá fazer com que ela retorne a velhos hábitos que tinha, quando criança ela era extremamente calada apesar de desde muito cedo ser extremamente talentosa ao tocar.
Aos poucos as memórias se tornam cada vez mais dolorosas e a vontade de sair, comer e tocar se tornem nulas. O sofrimento é tanto que ela não tem vontade de lutar, não tem vontade de fazer mais nada e mesmo que a tentem ajudar, talvez já seja tarde demais para lutar contra a sua companheira cinzenta, ser abençoada pela libélula quando criança pode não ter sido a melhor coisa, mas será que ela conseguirá vencer ou irá desistir de tudo? Será que a canção irá terminar antes de chegar ao seu fim?
“Sonhos…Sonhos… sonhos são desejos. Você quer, garota inútil. Você quer morrer. Foi culpa sua.”
Esse foi meu primeiro contato com a escrita e com uma obra da autora e não poderia ter sido melhor, a autora sabe se expressar e nos comover com palavras de uma forma incrível e que nunca tinha acontecido comigo antes. Mais do que uma história ela nos leve a refletir e a aprender mais sobre um problema tão grave e obscuro quanto à depressão, que antes da leitura eu não tinha ideia do quão difícil era. Os personagens são cativantes e você se envolve e sofre junto com Vanessa, meu desejo era pegar e protege-la, ajudar para que ela soubesse que não estava sozinha, que ela consegue passar por tudo aquilo e que não deve dar ouvidos as coisas ruins que jogam para ela.
É uma história extremamente emocionante que prende o leitor do início ao fim, que leva a diversas reflexões e aprendizados, que nos faz refletir sobre a nossa vida e que, as vezes, reclamos de coisas que são mínimas enquanto outras pessoas tem que lidar com coisas extremamente graves. E sem falar que me fez agradecer pela mãe que tenho e por tudo que meus pais fizeram e fazem por mim e que infelizmente a Vanessa não tinha.
Essa é uma obra que todos deveriam ler, então se você gostou do que eu falei compre a sua e descubra mais sobre esse mundo, se emocione e se apaixone, seja grato pelo que tem e que outros não têm a oportunidade de ter. Eu estou extremamente curiosa para conferir o próximo livro e entender um pouco mais de tudo isso, foi uma leitura que valeu extremamente a pena.
Eu espero que tenham gostado e que me contem o que acharam e se já tiveram contato em uma obra com esse tema antes ou se até tem alguma experiência parecida na sua família. Desejo que a obra possa tocar a cada um de vocês assim como ela me tocou. Espero vocês.
Beijos da Brooke