Imagine perder tudo aquilo que você tem como referencia e ainda ter que recomeçar em um lugar novo longe de todos aqueles que você mais ama e de toda sua história? Recomeçar nunca é fácil, e quando se tem 16 anos as coisas só se tornam ainda pior… Será possível manter sua vida como era a quilômetros de distancia ou novas coisas e pessoas irão encontrar seu lugar fazendo um novo amor ser descoberto? Muitas vezes não entendemos porque certas coisas acontecem, mas uma coisa é certa: elas vêm para nos revelar aquilo que devíamos saber e desconhecíamos; o livro de hoje é justamente sobre isso, sobre aprender mais sobre si mesma e sobre descobrir como alguma coisa que ninguém esperava acabe virando amor! Escrito pela Isadora Ferreira e publicado pelo selo Talentos da Literatura Brasileira da Novo Século, Virando Amor é uma história que irá te fazer voltar aos tempos de adolescência e descobrir mais sobre o amor e as pessoas de uma forma leve e divertida, mas sem ser infantil! Vem conferir:
Mudar bruscamente de cidade e passar a frequentar um novo colégio é complicado quando se é adolescente. Ainda mais quando é preciso alimentar um namoro a distância, algo muito desgastante. Priscila tem apenas 16 anos e tem de aprender a lidar com esses sentimentos, e começa a perceber que somente amar alguém não é suficiente para manter um relacionamento.
No entanto, no momento em que se vê perdida e sem ação, ela se dá conta de que a vida em uma cidade grande não é tão ruim e que um novo amor pode surgir diante de tantas descobertas.
Avaliação: 4/5 estrelas
“– Você pode escolher quem será a pessoa certa para você, mas não pode escolher quando ela vai entrar na sua vida, e nem ao menos se ela ficará ao seu lado para sempre.”
Dizer que a vida de alguém é perfeita é algo extremamente difícil, mas Priscila, aos 16 anos, poderia dizer que possuía uma quase perfeita. Tendo os melhores pais que alguém poderia querer, amigas incríveis e companheiras e o melhor namorado… ela não tinha muito do que reclamar. Pelo menos não até chegar um dia em casa e receber a notícia que teria que se mudar de Curitiba (sua casa desde sempre) e ir para a nova e desconhecida, São Paulo.
Odiando a ideia, mas sem conseguir mudar a opinião de seus pais para que ela possa ficar; Priscila terá que deixar suas melhores amigas, seus parentes, seu namorado e todos aqueles que ela conhece desde sempre. No entanto, Gabriel não quer deixar que isso atrapalhe a relação que eles construíram há muito tempo, e junto a ela, decide continuar com o namoro à distância; algo que está longe de ser simples ou fácil.
“[…] com os pequenos detalhes as pessoas mostram o que sentem pela gente.”
Ao chegar a São Paulo, ela se sente totalmente deslocada e perdida em um lugar onde não conhece nada e nem ninguém. Tendo que se adaptar a uma nova casa, um novo colégio e novas pessoas só faz com que Priscila queira ir ainda mais todo fim de semana de volta para Curitiba. Mas sabendo que isso é algo inviável ela passa a tentar se abrir para novas amizades conhecendo Carol, Alice e Phelipe; que logo se tornam extremamente próximos, principalmente o último que mora extremamente próximo a ela!
Aos poucos, sua vida passa a ser cada vez mais em São Paulo, o que a impede de ir sempre para Curitiba. Seu relacionamento com Gabriel também começa a ser algo extremamente difícil e complexo pela falta de contato, principalmente quando ele passa a estar sempre ocupado e não a atende ou responde suas mensagens… Sem falar as diversas crises de ciúmes infundadas por causa de sua amizade com Phelipe! Tornando o relacionamento que antes era uma das melhores coisas da sua vida em algo cada vez mais desgastante…
“A gente nunca está preparado para a partida das pessoas, porque nunca nos imaginamos antes sem elas. Mas chega uma hora quando o que era pra ser um recomeço vira um final. E, na vida, nem sempre os finais são felizes.”
Priscila irá aprender aos poucos que as vezes somente o amor não é suficiente para manter um relacionamento, principalmente um a distância… E que aquilo que parecia ser uma das piores coisas que já aconteceu a ela, pode acabar virando algo muito bom, inclusive pode acabar virando amor!
“Naquele momento, podia jurar, não existia nada mais lindo que aquele sorriso. Ele podia acabar com todas as doenças e com todas as guerras. Aquele sorriso, que só ele tinha, poderia até iluminar o mundo.”
Isadora com uma escrita leve e gostosa é capaz de envolver o leitor de uma forma que faz com que o leitor volte a sua adolescência e relembre como é sentir aquele frio na barriga, aquela sensação de descoberta e até de primeiro amor. Cada capítulo instiga a leitura do próximo e te aproxima de Priscila como se você fizesse parte da história e fosse uma de suas amigas; onde é impossível não torcer a cada instante pela sua felicidade e sofrer enquanto as coisas não parecem se encaixar.
É a típica história leve, sem ser banal; clichê, mas apaixonante; divertida, mas com temas relevantes… ideal para todos aqueles que buscam uma obra gostosa e bem escrita, cuja leitura acontece rápido e sem que se note até que o fim se aproxima te deixando com aquele gostinho de quero mais!
Minha única ressalva em relação ao enredo é que o romance demorou tanto para finalmente ser desenvolvido por completo que quando ele finalmente ocorre quase não pudemos curti-lo porque o fim ocorre em seguida. Tirando esse meu desejo de poder curtir o casal por mais tempo (que não é algo exclusivo desse livro, e nem por ser nacional – já que o primeiro livro do Quarteto da nova série da Julia Quinn recebe a mesma ressalva) que não foi suprido, o resto do enredo me envolveu tanto que era impossível parar de ler cada capítulo como se minha vida dependesse disso.
Virando amor é o livro ideal para aqueles que buscam romance e ensinamentos de vida, despertando sentimentos e emoções que apenas uma obra produzida por uma autora talentosa é possível de realizar. Com toda a certeza é uma obra que eu irei reler e que não me importaria que houvesse continuação. Isadora Ferreira é mais um talento nacional a se ficar de olho, onde juntamente com suas obras ainda tem muito a acrescentar e literatura nacional!
Um beijo