Contando com uma diagramação que encanta e enche os olhos, Fuck Love é uma das obras mais comentadas desde que seu lançamento foi anunciado pela Faro Editorial. Escrito por Tarryn Fisher, esse livro conta com uma trama que poderia ser muito melhor, mas deixa muito a desejar ao apresentar uma história rasa e sem fundamentação, confusa – e até certo ponto – ilógica. Mantendo o padrão de amor e ódio pelos leitores que se encantam com suas obras ou não as suportam, esse é mais um livro que vem para demonstrar o porquê de opiniões tão diversas conviverem lado a lado no que veio a se tornar uma das grandes apostas dessa editora. Confiram mais na resenha a seguir:
Helena Conway se apaixonou. Contra sua vontade. Perdidamente. Mas não sem motivo.Kit Isley é o oposto dela desencanado, espontâneo, alguém diferente de todos os homens que conheceu. Ele parece o seu complemento. Poderia ser tão perfeito… se Kit não fosse o namorado da sua melhor amiga. Helena deve desafiar seu coração, fazer a coisa certa e pensar nos outros. Mas ela não o faz… Tentar se afastar da pessoa amada é como tentar se afogar. Você decide fugir da vida, pulando na água, mas vai contra a natureza não buscar o ar. Seu corpo clama por oxigênio sua mente insiste que você precisa de ar. Então você acaba subindo à superfície, arfando, incapaz de negar a si mesma essa necessidade básica de ar. De amor. De desejo ardente. Você pode pensar que já viu histórias parecidas, mas nunca tão genuínas como essa. Tarryn, a escritora apaixonada por personagens reais, heroínas imperfeitas, mais uma vez entrega algo forte, pulsante, que nos faz sofrer mas também nos vicia. Depois dela, todas as outras histórias começam a parecer como contos de fadas. Se você não quer se viciar, não leia a primeira página.
Informações técnicas:
Obra: Fuck Love – Louco Amor Autor(a): Tarryn Fisher Páginas: 288 Ano de Lançamento: 2017 Editora: Faro Editorial Avaliação: 2/5 estrelas Onde comprar: Amazon / Saraiva
“O melhor tipo de amor é o amor que não é suposto acontecer.”
Helena Conway é uma jovem estudante de contabilidade que vê nos números um caminho de tranquilidade e paz. Com um plano bem definido, um namorado incrível e amigos fiéis (ou não), ela não tem do que reclamar e vive uma vida feliz, pelo menos até se ver de frente a um sonho que coloca tudo que ela achava saber a prova mudando toda a sua perspectiva…
“Essa é a parte mais patética do ser humano: as emoções indesejáveis grudam em você, porque não ligam a mínima se você as considera indesejáveis.”
Sonhando ter uma vida com Kit Isley, o namorado de sua melhor amiga, onde ele dizia que eles deveriam estar juntos, Helena se depara com uma realidade completamente diferente da sua. Se mostrando alguém extremamente apaixonado, Kit, se mostra alguém completamente diferente de quem ela acreditava conhecer, mas quando justamente ela acaba por começar a aceitar e saborear essa vida que dizem ser dela, ela acorda para uma realidade onde as coisas continuam como antes – mas ela não.
“Apaixonar-se por um cara é normal, mas se apaixonar pelo namorado da sua melhor amiga por causa de um sonho é…
É, estou fodida.”
Completamente confusa, ela não vê como poderia ficar com o namorado de sua melhor amiga e ter uma vida completamente diferente da que vive… No entanto, quanto mais pensa no sonho, mais a vida passa a se mostrar diferente para ela. Com novas possibilidades, inclusive na carreira, e despertando em si o desejo de conhecer novos lugares ao invés de ficar presa, Conway vai descobrir mais sobre si e sobre a vida…
“Para Kit, sou apenas uma possibilidade que poderia ter se concretizado. Para mim, porém, ele é a única possibilidade.”
Quanto mais tempo passa junto a Kit, mais seu coração o deseja. Prezando sua amizade, ela tenta de qualquer forma se afastar dele, mas com a vida insistindo em aproximá-los, isso não vem sendo tarefa fácil. No meio de muitas dificuldades e seu coração desejando alguém que não pode ser seu, as coisas não serão tão simples de se lidar… Será possível encontrar um final feliz ou o melhor seria mandar o amor se foder?
“Estamos falando em hashtags agora. Eu gosto disso. Eu não lhe respondo. Foda-se o medo, e foda-se Kit, e foda-se o amor. Eu não preciso de nada dessa merda trouxa.”
Gostaria de começar dizendo que o que vocês encontrarão aqui será fundamentado apenas na minha opinião e impressões e, portanto, não corresponde a uma verdade absoluta, mas apenas a minha opinião subjetiva.
Fuck Love é mais uma obra de Tarryn Fisher que vem deixando em seus leitores sentimentos confuso acerca de sua opinião. Com um amplo currículo que conta até com escrita conjunta com Colleen Hoover, era de se esperar encontrar uma obra de qualidade, bem construída e que envolvesse seu leitor com ela, no entanto, e infelizmente, não é isso que ocorre. Com um início confuso, jogo de palavras fracos e personagens sem personalidade, nos vemos envolvido em uma obra que peca desde suas primeiras páginas até o seu desfecho ao nos entregar uma história que não consegue ser linear e que de tantas reviravoltas se perde em seu próprio enredo…
Vou começar dizendo que Helena Conway é uma protagonista que me incomodou desde as primeiras páginas por causa de sua imaturidade e tendência a associar toda a sua vida a Harry Potter – não vejo nada contra, até porque amo HP, mas as constantes referências como se a autora não fosse capaz de criar algo seu é algo que me irritou um pouco. Possuidora de uma personalidade fraca e altamente influenciável ela se vê descobrindo estar apaixonada pelo namorado da melhor amiga através de um sonho (exatamente, agora você se apaixona ao sonhar, tipo: oi?!), mas insiste em negar para si que algo assim esteja acontecendo e se faz de sonsa diversas vezes ao se ver confrontada sobre o tempo que passa com Kit. Ao invés de encarar isso de forma madura e adulta, sendo sincera sobre o que está passando a sentir ou se afastando de vez para que não magoasse Della, ela acaba incentivando esse sentimento e tentando fazer com que ele também se sinta da mesma forma que ela, ao mesmo tempo em que nega estar fazendo qualquer coisa do tipo. Sua forma de lidar com seus sentimentos e situação juntamente aos desenrolares dessa situação foi algo que acabou por piorar algo que já não vinha sendo aproveitado da forma certa, além de tornar a história fraca e de certo modo, irreal.
Kit Isley é o típico rapaz que exala sex appeal sem nem se esforçar e o completo oposto de Helena. Intenso, ele é alguém que não se vê preso a compromissos fixos, mas se mostra extremamente dedicado, em alguns momentos, ao que se propõe a fazer. Kit é um personagem é alguém que eu não comecei odiando, mas que acabou perdendo toda a minha consideração ao longo da história. Completamente imaturo e indeciso, o vemos sem tomar nenhuma atitude e brincando com os sentimentos de Della e Helena ao ficar com uma dizendo amar a outra… Ao acompanhá-la acabamos por ter a nítida impressão que ele não parece gostar verdadeiramente de nenhuma das duas, muito menos está disposto a arriscar tudo por quem ele jura estar apaixonado – sério, que espécie de amor é esse? Mesmo sendo um personagem principal, muitas vezes ele parece ter menos presença que um coadjuvante e quando aparece não contribui para a história de forma positiva. Esse era alguém que tinha tudo para ser bem desenvolvido e até cativar o coração do leitor mesmo com toda essa indecisão, mas a única coisa que acontece é a vontade de sacudi-lo e falar: Tu não é homem não porra?! Porque olha, difícil viu…
E o que falar da Della além de que logo de cara ela já se mostra alguém superficial, cuja amizade com Helena é apenas para que ela se sinta melhor? Essa é uma personagem que apesar de ser digna de odiar, foi uma das melhores construídas, pois mesmo em suas manipulações e loucuras, ela ainda se mostrou verdadeira e decidida sobre aquilo que quer. Obviamente não é alguém que se destaca positivamente pela personalidade, principalmente quando nos deparamos com cenas em que ela humilha Helena apenas para que possa se reafirmar, mas é alguém com grande personalidade e que é sincera em seu jeito de ser. Meu maior problema não foi a questão da paixão proibida de Helena ou até da traição da amizade que elas nutriam uma com a outra, e sim o fato de que ao contrário de um amor que realmente nos fizesse torcer por eles, acabou por ser algo que o leitor fica em constante dúvida se é realmente um sentimento verdadeiro ou apenas fruto de um desejo fantasioso sobre algo que nem foi vivido, mas que Helena deseja com todas as forças. Os protagonistas o tempo todo se mostram indecisos e apresentam atitudes que não condizem com suas palavras, sem falar no quão imaturos e mesquinhos uns se mostram no desenrolar da história. Desde a amizade que elas dizem ter, até as paixões constantes no livro, se mostram falsas e com pouca intensidade; sem falar de Kit que parece estar a brincar com os sentimentos de ambas ao querer ter tudo sem abdicar de nada. Outro ponto que me deixou profundamente irritada foi o fato de Helena diversas vezes mandar o amor se foder (fuck love), mas bastava que Kit se aproximasse dela para que ela se derretesse toda e mudasse de ideia. Tudo bem que quando a gente se apaixona a gente fica um pouco burra, mas dai a se deixar levar por alguém que nem está a demonstrar que quer lutar por você é um pouco demais!
A construção da trama é algo que também deixou a desejar ao trazer um enredo que logo em suas primeiras páginas já confunde o leitor que não tem como entender o que está a acontecer e já se vê no meio de várias reviravoltas e acontecimentos estranhos. A história já começa com a inserção do sonho depois de falas estranhas onde não sabemos se ela está imaginando tudo ou se Kit é tipo um viajante no tempo e está a mostrar uma realidade de anos mais tarde para convencê-la que eles estão destinados a ficar juntos. A trama que até poderia ser interessante se tivesse sido mais bem trabalhada acaba por se tornar algo caótico e confuso, criando uma história rasa e um livro que combina perfeitamente com seu título de “louco” ao não fazer o menor sentido. E o que dizer da inserção de personagens quase no final da obra que com suas aparições repentinas aumentam ainda mais nossa confusão e nos deixam completamente perdidos? Superficial, essa é uma história que torna extremamente difícil de se conectar… O romance é fraco e repleto de drama desnecessário; por diversas vezes eu senti falta das características associadas à escrita de Tarryn, que dizem ser real, imperfeita e humana – mas que aqui não se apresentou de forma satisfatória…
Mantendo a capa original a Editora Faro Editorial desenvolveu um trabalho editorial impecável; sua diagramação encanta e enche os olhos ao trazer um livro repto de detalhes que combinam com a obra e fazem o leitor suspirar. Sua revisão também é algo que agrada ao não apresentar erros gritantes e ser muito bem trabalhada… Com toda a certeza é um dos livros mais bonitos com que já tive contato e que vale a pena de se ter, apesar de sua história ser decepcionante!
Fuck Love é uma obra que encanta a primeira vista com uma diagramação impecável, mas que deixa a desejar quando se trata de construção de enredo e desenvolvimento. Ao invés de personagens bem construídos e reais, nos deparamos com protagonistas confusos e relações vazias, onde nem mesmo eles parecem saber organizar-se para que suas atitudes sejam condizentes ao que se é dito constantemente, mas que não se comprova na mesma intensidade. Para mim ela não funcionou apesar de eu ter me esforçado para me envolver com sua trajetória que por diversas vezes se mostrou extremamente corrida; no entanto, como eu já havia dito anteriormente essa é uma obra que apresenta opiniões diversas assim como eu não gostei, há pessoas que amaram. Um exemplo disso é a resenha feita pela AcademiaLiterária, então sugiro que vocês vão lá conferir e depois decidam se querem ou não ler esse livro para que tirem suas próprias conclusões!
Amando ou odiando, essa é uma obra intensa e que surpreende com um final imprevisível. Mostrando talento, Tarryn acaba por desenvolver uma obra que desperta profundas emoções e tiram o leitor de sua zona de conforto e pacificidade… Com frases interessantes, esse é um livro que leva a refletir e aprender mais sobre a vida e suas atitudes (seja porque você gostaria de ser como esses personagens, seja porque você não quer sê-los). Confusa, diferente, impactante, essa é uma obra que gera opiniões fortes e um bom bate-papo… Se eu recomendo? Bom, sendo bem sincera, se eu considerar sobre comprar para se ter ele na estante, sim – porque ele é lindo; mas se você estiver me perguntando com base na história, não – há histórias muito melhores e aproveitáveis do que Fuck Love acabou se mostrando. No entanto, eu aconselho que você não se deixe levar meramente pelas minhas impressões, afinal nunca se sabe como um determinado livro irá se mostrar para você.
Um beijo