Se em Como Agarrar uma Herdeira Julia Quinn deixou um pouco a desejar – na minha opinião – em Como se Casar com um Marquês ela se redimiu por completo. Agregando seus elementos já tão conhecidos em sua narrativa, nos deparamos com uma história divertida, composta por personagens apaixonantes e sarcásticos e momentos regados a grandes suspiros e agonia deliciosa. Intenso, repleto de romance e com a dose certa de humor, essa é uma historia pela qual todos os seus leitores anseiam e esperam encontrar em sua obra. Quer saber mais? Então continue a ler e descubra mais sobre todos os detalhes de mais um lançamento da Editora Arqueiro!
Elizabeth Hotchkiss precisa se casar com um homem rico, e bem rápido. Com três irmãos mais novos para sustentar, ela sabe que não lhe resta outra alternativa.
Então, quando encontra o livro Como se casar com um marquês na biblioteca de lady Danbury, para quem trabalha como dama de companhia, ela não pensa duas vezes: coloca o exemplar na bolsa e leva para casa.
Incentivada por uma das irmãs, Elizabeth decide encontrar um homem qualquer para praticar as técnicas ensinadas no pequeno manual.
É quando surge James Siddons, marquês de Riverdale e sobrinho de lady Danbury, que o convocou para salvá-la de um chantagista. Para realizar a investigação, ele finge ser outra pessoa. E o primeiro nome na sua lista de suspeitos é justamente… Elizabeth Hotchkiss.
Intrigado pela atraente jovem com o curioso livrinho de regras, James galantemente se oferece para ajudá-la a conseguir um marido, deixando-a praticar as técnicas com ele. Afinal, quanto mais tempo passar na companhia de Elizabeth, mais perto estará de descobrir se ela é culpada.
Mas quando o treinamento se torna perfeito demais, James decide que só há uma regra que vale a pena seguir: que Elizabeth se case com seu marquês.
Informações técnicas:
Obra: Como se Casar com um Marquês Autor(a): Julia Quinn Páginas: 320 Ano de Lançamento: 2017 Editora: Arqueiro Avaliação: 5/5 estrelas Onde comprar: Amazon / Saraiva
“Então os lábios dele estavam sobre os dela, e fosse qual fosse a força hipnótica que o levara a beijá-la, desapareceu, e tudo o que restou foi ele – ele e uma necessidade avassaladora de possuí-la de todos os modos que um homem poderia possuir uma mulher.”
Elizabeth Hotchkiss viu sua vida mudar quando ainda muito jovem se viu com uma grande responsabilidade em mãos. Quando uma fatalidade chega levando ao falecimento de seus pais, Lizzie se vê tendo que abdicar de sua vida para cuidar de seus três irmãos mais novos (Susan, Jane e Lucas) garantindo a eles o sustento de cada dia, ainda que as situações não se mostrassem as melhores. Separá-los nunca passou por sua cabeça, ainda que alguns parentes tenham se oferecido para cuidar de Lucas que veio a herdar o titulo de barão; então decidida e com muita perseverança, ela passou a garantir que sempre tivessem algo para comer, roupas para vestir e principalmente ensinou o valor de permanecerem unidos. No entanto, com muitas dificuldades, e com as finanças cada vez piores, Elizabeth passa a se ver em meio a desespero conforme as contas continuam se acumular e o dinheiro para compra de alimentos e vestuário passa a ser ainda mais escasso – e isso sem falar do dinheiro necessário para o envio de seu irmão para a escola.
“Eles não poderiam ser uma família típica – afinal, eram apenas os quatros, órfão havia anos –, mas o clã dos Hotchkisses era especial. Elizabeth se comprometera a manter a família unida cinco anos antes e jurava que não seria um problema financeiro que os afastaria agora.”
A única fonte de renda da família provém de seu trabalho na companhia de Lady Danbury, mas mesmo recebendo um bom salario, não é o suficiente para gerar a renda necessária para que possam mantê-los. Com as coisas piores a cada dia, Lizzie não vê outra saída a não ser conseguir um bom casamento com um homem rico, com posses suficientes para sustenta-los, e de preferencia o mais rápido possível. Sem experiência nenhuma na arte de sedução, essa pode se mostrar uma tarefa bem difícil de ser realizada, mas quando um pequeno e incomum livro acaba por atrair sua atenção no meio da biblioteca da Lady, ela se vê adotando medidas extremas. Com o livro em mãos, Elizabeth se vê indo para casa com o exemplar de Como se Casar com um Marquês em mãos com receosa e com a esperança de que ele a ajudasse a conquistar não um marquês, mas alguém com posses suficientes para tirá-los dessa situação – algo pelo qual estaria longe de ser fácil de ser encontrado.
“Era comum acreditar que toda mulher solteira estava procurando um marido, mas apenas as mulheres mais patéticas seriam flagradas lendo um manual sobre o assunto.”
Ao mesmo tempo em que Lizzie busca uma forma de ajudar sua família, Lady Danbury busca a ajuda de seu sobrinho James Sidwell, o marquês de Riverdale, para ajuda-la a encontrar o responsável pelas chantagens que vem recebendo. Tendo sua identidade sido descoberta por uma espiã em seu último caso no Departamento de Guerra, James se vê sendo afastado dos grandes casos em que atuava, o levando a deixar de lado a vida agitada de costume, e passando a ser perseguido pelas famílias de jovens damas pelo bom partido que se mostra ser. Então quando sua tia lhe envia um pedido de ajuda, ele não pensa duas vezes em abandonar tudo em Londres e partir em direção a essa nova aventura. Assumindo o cargo de administrador da propriedade, como disfarce, ele logo se vê vivendo como um modesto e simples administrador, tomando para si a identidade de Sr. Siddons. Acostumado a investigar e aos mais diversos disfarces, James passa a então a colocar em pratica seus anos como um agente da coroa, encontrando logo a sua primeira suspeita. O jeito misterioso, seus livre acesso a casa, juntamente a atitude suspeita ao tentar esconder um livrinho em sua bolsa o faz crer que a doce e bela dama de companhia de sua tia, Elizabeth, pode ser uma suspeita em potencial. Mas quando as coisas se mostram completamente diferentes do que ele imaginava, nem mesmo seus inúmeros anos de pratica poderiam o ajudar.
“– Como ousa pensar que eu estaria chantageando essa doce e velha dama?
– Doce? – repetiu o Sr. Siddons.– Velha? – bradou lady Danbury.”
Mesmo achando um absurdo as regras que o tal livro apresenta, Lizzie acaba por dar uma chance a elas por insistência e incentivo de Susan, uma de suas irmãs. Aprendendo um pouco mais e buscando a oportunidade de colocar em pratica as lições ensinadas pela Sra. Seeton, a autora desse livro, ela vê no novo administrador da propriedade de Lady Danbury a oportunidade para testar essas novas técnicas de sedução. Mas quanto mais os dois vão se envolvendo, mais James acaba por se ver encantado com o jeito espontâneo, natural e desastrado dela. Em meio a treinamentos, James irá ver que Elizabeth Hotchkiss pode estar mais perto do que imagina de conseguir fisgar o seu marquês… ou não.
“Você deve ir aonde o seu coração a levar e nunca se esquecer de que o amor é o presente mais poderoso de todos. Dinheiro e posição social são pobres substitutos para um abraço cálido e terno, e há pouca coisa na vida que nos realiza mais do que a alegria de amar e de saber que se é amada.”
Como se Casar com um Marques se mostrou uma grata surpresa depois de ter me sentido um pouco decepcionada com Como Agarrar uma Herdeira. Voltando a abordar os elementos que tornam as obras de Julia Quinn tão interessante, e composto por protagonistas apaixonantes e divertidos, esse é um enredo que retrata sobre os romances de época da forma que amamos ao fugir de padrões e ao mesmo tempo ser composto por aquela aura de romantismo tão conhecido desse gênero.
Elizabeth Hotchkiss é uma jovem que desde cedo acabou encarregada de grande obrigações; tendo que criar seus três irmãos mais novos, Lucas e com uma economia nenhum pouco favorável, é impressionante ver o quão madura ela acabou por se tornar quando ainda está na tão tênue idade de 23 anos. Enfrentando obstáculos e com um humor ácido que aprendeu a desenvolver depois de anos trabalhando ao lado de (pegar o nome da avó), ela se mostra alguém extremamente bem humorada – algo que fica nítido em suas respostas espertinhas, romântica – apesar de não admitir, e corajosa – ainda que esteja longe de não ter medos. Extremamente real, ela é alguém construída de forma com que nos, leitores, nos identifiquemos a ela tanto no seu jeito de ser – desastrada, intensa, que fala o que pensa, quanto no seu carinho e amor a sua família – mesmo que isso signifique se sacrificar. Apaixonante, logo nos vemos torcendo para que ela encontra um jeito de ser feliz e ainda garantir uma situação boa para seus irmãos, além de torcemos para que ela se deixe envolver por (nome do protagonista) com quem nitidamente possui uma grande química.
James Sidwel, por outro lado, é um protagonista que está longe de ser desconhecido aqueles que leram o primeiro volume de Agentes da Coroa. Intenso, sem medo de nada, repleto de charme, um excelente agente e Marques de Riverdale, ele é alguém que facilmente deixa as leitoras em polvorosa com sua presença – o que só acaba por se acentuar em uma história em que ele é o foco. Muito na dele e com um jeito divertido de encarar a vida, ele é alguém que se mostra fácil de se identificar e principalmente de se apaixonar. Mostrando um lado que até então desconhecíamos, passamos a descobrir mais sobre sua vida, seu passado complicado e uma das pessoas mais importantes de sua vida – Lady Danbury – que também se mostra a razão dele vir passar um tempo por lá. Conhecedor de seu charme, mas longe de ser mesquinho por sua posição, James é alguém que sentimos prazer em acompanhar e que nos proporciona momentos de alegria e diversão com seu jeito de ser e sua determinação em ir atrás daquilo que deseja. Com uma química inegável com Elizabeth, que não se ressente de bater de frente com ele, encaramos um romance construído aos poucos na amizade e companheirismo enquanto ambos lutam contra aquilo que se torna claro para todos menos para os dois, proporcionando os melhores momentos da história.
E o que falar de Lady Danbury, cuja presença apesar de secundaria acaba por adquirir tanta importância quanto seus principais? Divertida, com um jeito único de ser e sem papas na língua, essa dama e figura já conhecida das obras de Julia Quinn, reaparece para nos contar um pouco mais de sua história e mostrar que não existe idade para a esperteza. Mostrando que ainda é a mesma das outras obras, essa Lady irá mostrar a que veio, assim como seus talentos desconhecidos até então. Divertida, ela é uma grande parte dessa história repleta de segredos, mistérios e reviravoltas, se mostrando tão apaixonante quanto sempre foi; assim como diversos outros personagens secundários que logo conquistam seus lugares em nossos corações ao serem bem explorados e contribuindo para levar essa obra a um alto nível – algo esperado por todos os fãs da escrita.
Seguindo padrões já conhecidos, também nos deparamos com uma obra repleta de qualidade feita pela Editora Arqueiro sendo pensada desde a capa até o toque de primor atrelado a simplicidade em sua diagramação. Com uma capa que remete a história e possibilita o leitor a imaginar o toque romântico que os aguarda dentro das paginas, ela se mostra ideal para essa obra além de combinar perfeitamente com seu primeiro volume, ainda que se mostrem diferentes entre si. Sua revisão também mostra ter sido feito com primor e primazia, visto que erros graves não foram encontrados durante a leitura. Simples, mas de forma alguma ruim, essa é uma obra que completa a coleção de obras da autora de forma natural e encanta em todos os detalhes, principalmente se tratando de uma narrativa em terceira pessoa que mistura humor, romantismo, mistério e personagens tão encantadores quanto tantos outros das series da autora.
Como se Casar com um Marquês é aquele típica obra capaz de propiciar uma leitura despretensiosa, que relaxa ao mesmo tempo em que também acaba por entreter como prometido em sua premissa. Deixando saudades ao chegar ao fim, essa é uma obra cuja leitura se mostra instigante sendo impossível de ser deixada de lada antes de sua ultima página. Diferente e ao mesmo tempo seguindo padrões, essa é uma obra que mostra qualidade em sua construção e desfechos ao trabalhar bem com suas relações e sem deixar corrido ou extenso demais durante seu desenvolvimento. Composto por diálogos vorazes capazes de enfeitiçar seus leitores, Julia Quinn chega para mostrar mais uma vez a que veio e o porque de ser uma das rainhas quando o assunto é romance de época.
Se mostrando uma experiência completa, essa é uma obra que une os elementos tão esperados e desejados para uma obra em seu enredo juntamente a uma produção espetacular e digna de uma grande obra. Fluindo com facilidade e com epilogo que foge ao padrão, essa é uma obra que todos precisam conhecer e é obrigatório aos fãs do gênero que buscam um romance encantador, leve, divertido, com diálogos bem construídos e que se mostra extremamente cativante em suas relações. Com doses certas de humor, sedução, beijos roubados e muita emoção, esse é um desfecho ideal para uma duologia que deixará saudades assim como seus personagens. Leiam e se permitam, porque essa é uma leitura mais do que recomendada a todos os maiores de dezesseis anos que assim como eu não veem a hora de embarcar em uma linda, ou não, história de amor!
Um beijo