Resenha: Mais Lindo que a Lua – Julia Quinn

janeiro 04 2018

Julia Quinn é uma autora que vem sempre inovando em suas obras, e isso se mostra claro em sua mais nova duologia acerca das irmãs Lyndon. Convidando o leitor a conhecer mais acerca da força do amor à primeira vista sua trama reflete personalidade, ousadia e é claro muito romance. Em uma edição belíssima feita pela Editora Arqueiro, essa é mais uma nova aposta que pode até não agradar a todos, mas que é impossível de ser considerada ruim. Confiram mais sobre Mais Lindo que a Lua a seguir:  

Considerada “a rainha dos romances de época” pela Goodreads, Júlia Quinn já atingiu a marca de 10 milhões de livros vendidos.

Mais Lindo Que a Lua, primeiro livro primeiro livro da série Irmãs Lyndon, é uma história irresistível sobre sobre reencontro e desafios, romantismo e perseverança.

Foi amor à primeira vista. Mas Victoria Lyndon era a filha do vigário, e Robert Kemble, o elegante conde de Macclesfield. Foi o que bastou para os pais dos dois serem contra a união. Assim, quando o plano de fuga dos jovens deu errado, todos acreditaram que foi melhor assim.

Sete anos depois, quando Robert encontra Victoria por acaso, não consegue acreditar no que acontece: a garota que um dia destruiu seus sonhos ainda o deixa sem fôlego. E Victoria também logo vê que continua impossível resistir aos encantos dele. Mas como ela poderia dar uma segunda chance ao homem que lhe prometeu casamento e depois despedaçou suas esperanças?


Então, quando Robert lhe oferece um emprego um tanto incomum – ser sua amante –, Victoria não aceita, incapaz de sacrificar a dignidade, mesmo por ele. Mas Robert promete que Victoria será dele, não importa o que tenha que fazer. Depois de tantas mágoas, será que esses dois corações maltratados algum dia serão capazes de perdoar e permitir que o amor cure suas feridas?



nformações técnicas:

Obra:  Mais Lindo que a Lua Autor(a):  Julia Quinn Páginas: 272 Ano de Lançamento: 2018 Editora: Arqueiro  Avaliação: 4/5 estrelas Onde comprar: Amazon Saraiva 



– Você me deu a lua, Robert. Não, fez mais do que isso. Você me pegou e me levou até ela. – Após uma longa pausa, continuou: – E então eu caí. E doeu demais quando aterrissei. Não quero isso de novo.

Robert Kemble, também conhecido como conde de Macclesfield, é um jovem que atrai atenção por onde passa; com um grande título e um charme capaz de encantar a toda a população feminina, ele nunca teve problemas em achar companhia para uma noite fria em meio aos lençóis das mais variadas mulheres. No entanto, quando em um passeio ele se depara com a mais bela jovem – ou nem tanto assim, mas incrivelmente bela – ele se vê perdidamente apaixonado e necessitando daquela mulher à primeira vista.

Victoria é uma jovem que nunca foi de ter luxos em sua vida, apesar de ter uma vida confortável, e nunca mesmo imaginou se vendo ser alvo dos galanteios de um conde que logo se diz encantado por ela a um primeiro olhar, algo que poderia ser estranho se não houvesse acontecido da mesma forma com ela. Incapazes de resistir aos encantos um do outro, eles passam a apreciar a companhia um do outro diariamente; se conhecendo e usufruindo do máximo de encontros que eles podem, dois meses se passam em um piscar de olhos. Mas o que poderia parecer pouco tempo para muitos se mostra tempo suficiente para que esses jovens estejam determinados e decididos a compartilhar a vida ao lado um do outro para sempre…

Em minha mente entendo que a vi pela primeira vez há dez minutos, mas meu coração a conhece desde sempre. E minha alma também.

No entanto, a relação dos dois apesar de ser vista como a coisa mais certa do mundo para eles se mostra extremamente complicada para todos os outros – afinal não é de bom tom que a filha de um reles vigário se envolva com um futuro marquês. No entanto, determinados a ficarem juntos eles não se importam com nada disso e formulam a situação perfeita para ficarem juntos, algo que poderia – e até mesmo teria dado certo – se não fosse pela intromissão de seus pais em meio a seus planos os levando a seguir caminhos completamente diferentes.

Ela era franca e sincera e era tudo o que sempre quisera, não apenas em uma mulher, mas da vida. Mas que diabos, ela era sua vida.

Agora, sete anos depois, Victoria se encontra em meio a uma situação completamente diferente ao trabalhar como preceptora em uma casa horrível onde se vê constantemente sendo ameaçada e humilhada, até mesmo pela criança que deveria ensinar e educar – isso se não tivesse sido proibida de realizar o último. Mas sem escolha depois do que aconteceu há sete anos, ela enfrenta um dia de cada vez para que possa ter um lugar onde dormir e algo para comer; o que ela nunca imaginaria era se ver novamente de frente com aquele que partiu seu coração um dia.

Robert, por outro lado, se transformou em alguém amargo e que busca em outros corpos aquela jovem de cabelos negros que nunca foi capaz de esquecer. Tendo tido seu coração partido há muito tempo pela única mulher que já entregou seu coração ele viveu cada dia em agonia e dor afundando-se em meio a outros corpos que nunca se mostraram suficientes e transformando seu dinheiro em uma quantia ainda maior. Mas quando ele se vê diante daquela que foi capaz de mudar todo seu mundo apenas para destruí-lo depois, ele só consegue pensar em uma forma de se vingar e tê-la para si novamente. Mostrando o quanto teve que amadurecer durante esse tempo, Torie também não fica atrás no quesito de força e frieza, determinada a não se deixar abalar novamente por esse homem ela tenta a todo custo negar o que seu corpo demonstra.

Que o senhor lhe ajudasse, porque ele ainda a queria. Mas também queria vingança. Só não sabia o que queria mais.

Vendo-a como um desafio e determinado a fazê-la pagar por todo sofrimento que ele passou, Robert começa a planejar uma forma de ter êxito em sua empreitada, mas quando verdades desconhecidas começam a se revelar as coisas podem vir a tomar rumos completamente inesperados mais uma vez. Seria um amor capaz de se transformar no mais completo ódio? Ainda haveria chance para esse amor à primeira vista? Em meio a muita conquista e trocas de farpas, Julia Quinn te convida a conhecer a força desse amor que até então nem ela mesma se via sendo convencida, mas que se mostra impossível de não se apaixonar!

Seria mesmo possível amar e odiar ao mesmo tempo?

Mais lindo que a Lua é um livro que me encontro até agora tentando chegar a um consenso acerca do que eu achei. Como a própria Julia Quinn diz no início dessa obra, essa é uma trama diferente de tudo que ela já fez e onde irá se dedicar a escrever uma mistura daqueles enredos com amores a primeira vista (que eu particularmente ainda continuo achando difícil de engolir) e uma espécie de Romeu e Julieta diferente. Mantendo seu estilo de escrita, sua nova obra não deixa de ser envolvente e fluida, mas demonstra a falta de algo a mais que os leitores de suas estórias estão acostumados a encontrar. Gostoso, mas longe de ser apaixonante, essa é uma obra dedicada ao amor que permite aqueles que a leem se envolver com personagens divertidos e inusitados, mas nada além disso.

Robert, ou conde de Macclesfield, é um protagonista que rapidamente ganha o coração dos leitores com sua personalidade e profundidade de sentimentos. Se mostrando tipicamente um libertino em algumas de suas atitudes e pensamentos, ele é alguém que poderia ser apenas mais um em meio a tantos outros, mas que se mostra diferente ao apresentar um lado diferente. Com um estilo romântico, encantador, aventureiro, ele é alguém que apresenta um charme que não hesita em usar a seu favor, mas ao mesmo tempo apresenta um coração de um jovem sonhador e apaixonado pela vida e pela ciência – o que atrai e cativa rapidamente aqueles que estão a lhe acompanhar. Intenso ele é alguém que nunca faz nada sem planejar até o menor dos detalhes, mas que se mostra crível com seus medos e inseguranças e atitudes inusitadas e tipicamente apaixonadas além de conquistar com sua obstinação ao decidir que quer algo.

Victoria, por outro lado, é uma protagonista que se mostra alguém completamente inusitada para a época com seu jeito de pensar e suas atitudes não apropriadas para a época. Mesmo sem ter crescido em meio a riquezas, a Srta. Lynn não é alguém possa ser considerada nada menos que uma dama, ainda que algumas de suas respostas espertas e pensamento independentes não possam ser consideradas adequadas para isso. Apresentando uma personalidade forte e apaixonante, ela é alguém por quem torcemos e sofremos ao ver enfrentar situações tão difíceis, e que também admiramos com a força que apresenta para enfrentar aos problemas que veem junto a um coração partido. Real, intensa, profunda, essa é mais uma personagem com características próprias que se destaca de outras já escritas pela autora, mas que nem por isso se mostra ruim.

Narrado em uma espécie de terceira pessoa – que quase não parece visto que a autora permite uma aproximação intensa com o personagem -, essa é mais uma obra repleta de humor, com cenas de arrancar suspiros e personagens que se mostram intensos e cheio de químicas onde não há um só momento onde não haja faíscas pulando da página e que não nos envolva.

Com uma edição que atraí e remete ao estilo de época, ainda que não possa ser considerada como uma das mais belas, a Editora Arqueiro mostra mais uma vez seu talento para criar coleções que encantam os olhos e ficam lindas na estante. Sua revisão também se mostra impecável, motivo pelo qual não encontrei erros durante a leitura. Suas páginas amareladas compostas por uma fonte agradável também foram uma agradável surpresa visto que isso acaba por facilitar na hora da leitura. Simples, mas sem em nenhum momento ficar algo feio ou banal, essa obra é mais uma daquelas que se mostram completas e não deixam a desejar.

Mais lindo que a Lua é uma obra que mesmo sem ser uma das melhores estórias já escritas por Júlia Quinn, se mostra gostosa e rápida de ler assim como as outras de sua coleção – ainda que não venha a cativar a todos os fãs. Simples, mas belo, a autora buscou inovar mais uma vez ao trazer algo que ela mesma disse que não fazia muito seu estilo, mas pelo qual acabou se encantando. Retratando o amor na sua forma mais pura e bela, essa é uma história que não é difícil de ser apreciado, mas que está longe de se apresentar como uma daquelas de tirar o fôlego e acelerar o coração.

Divertido, ideal para ser lido em poucas horas e com muito romance e cenas hilárias, essa é uma obra que se mostra simples em sua construção – apesar de bem feita. Com traços característicos da autora presentes em cada página, é impossível não se ver embarcando em suas páginas e por meio desse romance que quase não teve a chance de se realizar por intromissão de terceiros. Repleto de personalidade, essa é uma no história que não deixa a desejar, mas que poderia ter sido mais do que acabou por se tornar. Boa, mas longe de ser incrível, esse é mais um romance de época a ser apreciado, mas que não conseguiu conquistar meu coração; mesmo assim a leitura é mais do que recomendado, afinal Rainha é rainha e se tem uma coisa que Julia Quinn sabe fazer é escrever!

Um beijo