Acredito que é algo de conhecimento público o quanto a Editora Arqueiro consegue se mostrar perfeita em suas escolhas quando o assunto é Romance de época, por isso não deveria ser nenhuma surpresa que quando ela se juntasse a uma das rainhas do gênero nada menos que perfeição fosse o resultado… e se uma já é sinônimo de perfeição imagine só quando se trata não apenas de uma, e sim quatro autoras que dão show quando o assunto é escreverem juntas. Para quem ainda não conhece, Lady Whistledown Contra-ataca, primeiro livro dessa duologia, acabou por se mostrar uma tremenda surpresa á todos que – assim como eu – não são fãs de contos; com um jeito ímpar de escrever, rapidamente sua escrita e trama acabar por se mostrarem completamente encantadores, algo que continua presente mesmo se tratando de seu segundo volume. Continuando a mostrar uma sintonia enorme na escrita, Júlia Quinn, Suzanne Enoch, Karen Hawkins e Mia Ryan não decepcionam ao criar mais um enredo narrado pela divertida e aclamado fofoqueira da sociedade Londrina: Lady Whistledown enquanto novos casais se formam e se reencontram em meio a muito alvoroço. Confiram mais detalhes a seguir:
Em Nada Escapa a Lady Whistledown, a cronista eternizada por Julia Quinn continua a revelar os acontecimentos mais apimentados da temporada londrina. Suas colunas são o fio condutor das quatro histórias que formam esta encantadora e divertida coletânea.
Há tanto a ser dito sobre o baile oferecido por lady Trowbridge, em Hampstead, que esta autora não teria como contar tudo em só uma coluna…
Crônicas da sociedade de lady Whistledown, maio de 1813
Julia Quinn encanta…
A alta sociedade está em polvorosa, afinal a debutante mais promissora da temporada foi rejeitada por seu pretendente… apenas para ser conquistada em seguida pelo charmoso irmão mais velho do canalha que não a quis.
Suzanne Enoch fascina…
Um futuro noivo fica sabendo que o comportamento escandaloso de sua bela prometida foi parar na coluna de lady Whistledown e volta correndo para Londres com o intuito de ganhar o coração da moça de uma vez por todas.
Karen Hawkins seduz…
Um conhecido libertino tem sua amizade mais antiga e seu coração postos à prova quando uma adorável dama se encanta por outro cavalheiro.
Mia Ryan delicia…
Uma jovem é despejada da própria casa por um detestável – embora charmoso – marquês que pretende tomar posse não apenas do imóvel, mas também de sua antiga moradora.
Informações técnicas:
Obra: Nada Escapa a Lady Whistledown Autor(a): Julia Quinn, Mia Ryan, Karen Hawkins, Suzanne Enoch Páginas: 320 Ano de Lançamento: 2018 Editora: Arqueiro Avaliação: 4/5 estrelas Onde comprar: Amazon / Saraiva
“Sentindo a necessidade de tocá-la, Maximilian deu mais um passo à frente. Levou as mãos ao pulso de Anne e a fez soltar os dedos do vestido. Ela engoliu em seco quando ele levou sua mão aos lábios. Uma lenta onda de calor lhe subiu pelas veias quando o encarou com seus cílios longos e curvados.” – Um amor verdadeiro
Em Um Amor Verdadeiro, primeiro conto dessa obra, iremos nos deparar com a história de Lady Anne Bishop e Lorde Halfurst, um casal prometido desde pequenos e cujo contato não existia desde então. Lady Anne é uma jovem repleta de personalidade que não sonha em se ver afastada de Londres, prometida desde cedo, ela não se lembra de ter conhecido o “noivo”. Sem nutrir apreço algum por ele, visto que nem sequer uma vez apresentou a decência de lhe enviar uma carta, ela passa seus dias a realizar diversos passeios e a fazer o que se espera de toda dama: compras e marcar presença nas mais diversas festas. No entanto, se mostrando tipicamente uma jovem da sociedade e com uma beleza que chama atenção desde que debutou a pouco tempo, ela se vê constantemente cercada por candidatos – ainda que seja de conhecimento público seu status comprometido; doce, carismática e atraente ela é aquilo que todos desejam, mas que nenhum se atrave a ir atrás devido ao conhecimento de que ela já é alguém prometida – algo que ela se vê constantemente feliz em lembrar. Bom, pelo menos até conhecer Maximilian, o jovem que detêm sua mão e que não está disposto a abrir mão do compromisso, ainda que ela insista em deixar bem claro que não deseja de forma alguma se afastar de Londres para viver em meio a ovelhas em Yorkshire.
Maximilian, ou Marquês de Halfurst, é um jovem cuja presença chama atenção não apenas pelo fato de há muito ter se afastado da sociedade Londrina, nem pelos boatos que correm solto acerca de que ele se encontraria falido, e sim pela sua aparência capaz de deixar qualquer jovem dama suspirando – ainda que uma dessas insistisse em negar tamanha atração. Prometido desde sempre a filha única do amigo de seu pai, ele via seu casamento como algo certo e cujo esforço era desnecessário; mas quando chega em seus ouvidos a notícia de sua prometida envolvida em uma situação nada adequada ele se põe a ir atrás daquilo que deseja. No entanto, logo ele acaba por notar que a sua não comunicação com a jovem Anne pode ter sido um erro, mas determinado a tê-la para si agora que a conhece ele está disposto a se redimir e fará de tudo para que ela lhe aceite. Eletrizante, a química entre ambos é algo que fica nítido desde o primeiro contato. Em meio a farpas trocadas, comentários sagazes e muitos beijos, Suzanne Enoch convida o leitor a embarcar por essa estória que em nada deixa a desejar – a não ser pelo seu número escasso de páginas.
“Era aristocrático e belo, tão diferente do que imaginara que ela poderia considera-lo um impostor. Quando sorria, porém, os olhos se iluminavam e, em resposta, seu tolo coração se acelerava.” – Um amor verdadeiro
“Tudo o que sabia ao certo era que a amava e não saberia viver sem ela.” – Dois Corações
Já em Dois Corações, segundo conto dessa obra, somos presenteados com a história da Srta. Elizabeth Pritchard e Sir Royce Pemberley – dois amigos que podem acabar descobrindo que existe mais do que apenas amizade por trás de tudo. Elizabeth Pritchard é uma jovem de 31 anos que está longe de poder ser considerada uma dama da sociedade com suas vestes extremamente coloridas – e longe de combinarem – e uma personalidade sem papas na língua ou ligada à regras da sociedade; dona de uma considerável fortuna, ela está longe de precisar se casar visto que aprendeu desde pequena a ser independente. No entanto, após tantos anos vivendo de forme independente, ela está cansada e determinada a mudar isso e se casar, principalmente quando um pretendente surge para realizar essa vontade – para desespero de seu melhor amigo Royce.
Royce Pemberly é o típico libertino repleto de charme que encanta a muitas, mas não se prende a ninguém. Com 39 anos de idade, sua beleza ainda é vivida lhe proporcionando encontros quentes e regados de prazer, mas sem compromisso. No entanto, sua tão apreciada paz cai por terra quando Meg – sua irmã – lhe informa que Elizabeth parece ter encontrado alguém com quem se casar. Determinado a impedi-la de cometer um erro, ele está disposto a descobrir tudo sobre o suposto pretendente de forma a impedi-la de realizar tal loucura. Ele só não esperava descobrir bem mais do que intenções de Durham… Mas seria ele capaz de dar a Liza o que ela precisa? Em meio a muita insegurança, descobertas e um romance bonito de se ver, Karen Hawkins seduz seu leitor em meio a uma trama intensa e repleta de uma grande química incapaz de se negar.
“Royce gostaria de saber o que tornava Liza única. Não era apenas seu jeito de se vestir, embora fosse bastante incomum. Era algo mais. Talvez a inteligência em seus olhos verdes ou a forma com que seu rosto se iluminava quando ela ria, mas, o que quer que fosse, despertava nele o desejo de rir e nunca mais parar.” – Dois corações
“Quem diria que alguém poderia se sentir tão aquecida quando o mundo ao redor congelava?” – Uma dúzia de beijos
Já em seu terceiro conto, Uma duzia de beijos, somos levados a acompanhar uma das histórias – pelo menos aparentou ser – mais curtas da obra, mas que nem por isso deixa de ser repleta de fofura mesmo de um modo peculiar. Lady Caroline Starling é uma jovem que viu sua vida mudar desde que seu pai veio a falecer ao se ver sendo expulsa da casa em que viveu desde sempre por um primo de quarto grau a quem nunca viu; três anos depois, e vivendo com sua nada amorosa mãe, ela se encontra prestes a ser pedida em casamento por um jovem que em nada lhe atrai, mas que parece ser um dos poucos dispostos a lhe fazer tal proposta – algo que aos 26 anos já apresenta um grande peso. No entanto, por algum motivo, ela não consegue se ver feliz em estar prestes a ficar noiva, muito pelo contrário, motivo pelo qual ao invés de estar assistindo a belíssima apresentação no teatro, Linney está escondida em um canto para que possa lidar com suas lágrimas em paz; lagrimas essas que logo são esquecidas diante da presença de um jovem que lhe causa sensações jamais experimentadas até então.
Terrance Greyson, ou Lorde Darington, é um jovem que se viu recebendo o título sem nunca tê-lo desejado, principalmente quando falar é algo que lhe exige muito esforço depois de um acidente de guerra e circulando entre os nobres seu silêncio é algo que raramente seria bem visto. Determinado então a encontrar uma noiva que possa atrair para si a atenção desviando a dele, Terrance está de volta a Londres para temporada cujo congelamento de Tâmisa é apenas a menor das novidades. No entanto, quando seu caminho cruza com o da jovem Caroline, ele sente algo dentro de si mudar; tão bela e com olhos tão marcantes esquece-la não parece ser uma opção, mas o fato dela o odiar não parece ajudá-lo em nada. Ao mesmo tempo em que Linney sente algo totalmente desconhecido pelo jovem que a faz sentir palpitações no peito e pelo qual deseja desfrutar de mais de uma dúzia de beijos, ela também o despreza pela sua arrogância e frieza com que tratou a ela e a sua mãe quando exigiu que ambas saíssem da propriedade em que moravam em um curto prazo de dois dias. E se cortejar uma dama já é difícil, imagine uma que está determinada a impedir que isso aconteça, mas sem temer um desafio – ainda que as palavras não o ajudem – Terrance está determinado em tê-la para si, mas seria ele capaz de convencê-la a aceita-lo? Em meio a um enredo leve e divertido, ainda que seus acontecimentos sejam extremamente rápidos, Mia Ryan apresenta uma estória que tinha tudo para dar errado, mas que assim como o congelamento do Rio (algo extremamente improvável) pode ser que acabe por se tornar inesquecível.
“Linney deu um leve sorriso quando seu cérebro nebuloso a guiou rumo a um sonho fascinante. Curiosamente, lorde Darington era o protagonista do sonho. E foi, de fato, um sonho muito bom.” – Uma dúzia de beijos
“Ele a beijou até ela achar que desmaiaria de desejo. Ele a beijou até ela achar que desmaiaria de falta de ar. Ele a beijou até que ela não conseguisse pensar em nada além dele, não conseguisse ver nada além do rosto dele em sua mente, e até que não quisesse mais nada além do sabor dele em seus lábios…para sempre.” – Trinta e seis cartões de amor.
E encerrando essa série de contos, temos o Trinta e seis cartões de amor, a história entre a senhorita Susannah Ballister uma jovem que se encontra extremamente mortificada depois do escândalo da última temporada e o conde Renminster, o irmão da causa de tal feito. Susannah Ballister acreditava que a temporada de 1813 não poderia dar errado, tendo conhecido o jovem Clive ela se viu cercada da mais intensa atenção, convites a bailes e dona dos comentários que os elegiam como o casal de ouro; no entanto, quando Clive finalmente propõe casamento a uma jovem, é inevitável a surpresa geral de todos visto que não havia sido ela a dama em questão. Mortificada pelo acontecimento depois de uma intensa corte, ela não vê outra opção a não ser fugir e se esconder na casa da família no campo, mas com o recente congelamento do Rio Tâmisa, sua volta antes do esperado é algo que a deixa extremamente desconfortável tanto quanto se mostra inevitável. Ela só não esperava que já em seu primeiro baile ela tivesse que contar com a presença do feliz casal, o que só reforçava os comentários de todos acerca da infelicidade que aconteceu a ela quando foi trocada tão repentinamente. Da jovem mais cobiçada, ela foi rechaçada a um esgueirar pelos cantos, ou pelo menos estava sendo até o inusitado convite para dançar de David, o conde Renminster, e também irmão de Clive.
David Mann-Formsby, mais conhecido como o conde de Renminster, sempre se mostrou um homem extremamente reservado e ciente de sua posição de forma que sua postura não poderia ser considerado menos que a ideal. No entanto, com o recente feito de seu irmão deixando a senhorita Ballister em uma situação nada próspera, ele se vê na obrigação de pedir desculpas a ela – ainda que não tenha sido sua atitude a causar tamanha confusão… Ele só não esperava encontrar na jovem, cuja beleza jamais passou despercebida, a pessoa perfeita para se tornar a sua condessa; mas como convencê-la a enxergar isso também é que era a grande questão, principalmente quando a sua singela presença já se mostrava o bastante para despertar a ira da jovem dama em questão. Determinado, ele então passa a tentar corteja-la, mas seus esforços parecem estarem sendo infrutíferos visto que Susannah parece não nota-los, o que só piora quando dúvidas passam a assombra-lo acerca dos verdadeiros sentimentos dela pelo seu irmão. Vivendo um conflito interno, David terá que descobrir se é mais importante tê-la em sua vida ainda que ela possa estar o fazendo apenas para estar perto de Clive ou deixá-la ir por não poder correspondê-lo. Mas talvez tamanha dúvida seja desnecessária, visto que ao que tudo indica tanto o número de cartões espalhadas pelo escritório quanto o sentimento da jovem por ele parecem estar ligados… Mas existirá realmente um final feliz para eles? Encantando com sua simplicidade e seu jeito único de elaborar estórias de tirar o fôlego e deixar seus leitores suspirando, Júlia Quinn volta com mais um conto que não deixa a desejar, a não ser para aqueles que desejariam poder presenciar ainda mais páginas dessa escrita que se mostra tão gostosa e rápida de ler.
“O que significava que a grande pergunta era – será que ele seria capaz de suportar? O que seria pior: ser seu marido mesmo sabendo que ela amava outra pessoa ou não tê-la em sua vida?
Ele não sabia.” Ele não sabia.”
Quando o Tâmisa vem a congelar trazendo todos para uma temporada às vésperas do dia de São Valentin tudo pode acontecer, principalmente contando com a ajuda da fofoqueira mais admirada de Londres… será?!
“Talvez, quando o Tâmisa congelar… Ah, espere, o Tâmisa ESTÁ congelado.
Aparentemente, nada é impossível nos dias atuais.”
Falar sobre um livro de contos nunca é fácil, é preciso que se busque encontrar um equilíbrio na medida certa de forma a não se falar nem de mais e nem de menos, mas o suficiente para conseguir criar o desejo da leitura em você que ainda não conhece a obra. No entanto, tenho que confessar que essas quatro autoras facilitam bastante ao criarem contos que mesmo com seu tamanho reduzido ainda se mostram surpreendentes e empolgantes tal como uma boa obra deve fazer. Porém tenho que dizer que esse não é o meu preferido da duologia, acreditando que seu primeiro volume tenha apresentado uma construção muito maior do que esse volume, mesmo assim, em nada desmerece o talento que elas conseguem apresentar ao se unirem e criarem histórias tão diferentes e ao mesmo tempo igualmente prazeirosas.
Construído ao longo de 320 páginas, o leitor se vê cercado pelos mais diversos exemplos de amores improváveis e ao mesmo tempo extremamente previsíveis, cujos protagonistas encantam com suas personalidades tão diferentes, mas não menos encantadores. Desde mocinhas repletas de personalidade, até as mais recatadas, somos inseridos em suas estórias sem nenhum momento de hesitação e nos vemos torcendo para que as coisas deem certo – e por alguns momentos querendo até sacudi-las por suas personalidades extremamente teimosas. No entanto, seus protagonistas também não ficam atrás, até mesmo aquele que realmente tem um problema em relação a frases acaba por se mostrar um tremendo galanteador que ganham pouco a pouco nossos corações ao demonstrarem persistência e objetividade em ir atrás do que deseja.
Repleto de química, todos os casais são altamente contagiantes e cativantes – ainda que em meio a muitas trocas de farpas e situações divertidas e inusitadas. E o que falar de Lady Whistledown com seus comentários perspicazes e seus olhos de forma quase onipresente sobre Londres? Sarcástica, com tiradas muito bem pensadas, ela continua a mostrar porque detém o posto da maior fofoqueira da sociedade sem jamais perder a classe. Muito bem elaborado, mais uma vez nos vemos diante do que só poderia ser visto como impecável e essencial, visto que sua presença é claramente mais do que uma mera espectadora e muito superior ao de protagonismo.
Muito bem atrelado, o que encontramos não são 4 contos independentes reunidos em um mesmo lugar, mas sim uma obra que reuni um mesmo objetivo contado sobre perspectivas totalmente diferentes e ao mesmo tempo que se encaixam de forma única. Simples, conciso, mas encantador, Júlia, Suzanne, Karen e Mia criam um universo de época fora dos padrões que prendem o leitor a cada página de forma a se querer saber o que vem depois. Totalmente linear, essa não é uma estória que busca inventar coisas mirabolantes, mas que encanta com sua simplicidade na medida certa. Iniciados no ano de 1814, com exceção de uma das obras cujos acontecimentos se prolongam desde de 1813, iremos acompanhar quatro romances de época que se entrelaçam de forma sutil e tem seu desfecho no baile de São Valentim, assim como se vem acompanhados pelos comentários perspicazes já tão conhecida Lady Whistledown e sem a qual cada história poderia não ser a mesma – seja isso bom ou ruim, vai saber!
Com toques mais para o romance, assunto predominante na obra, sua edição apresenta uma edição que se encaixa perfeitamente ao primeiro volume dessa série, mas com características próprias e diferentes presentes desde a escolha da cor mais voltada ao vermelho e seus tons similares até objetos que remetem com sutileza aos contos que se encontram presente no livro. Mantendo um mesmo padrão, encontramos uma diagramação muito bem feita, cujos contos são extremamente bem divididos sem que quebre essa visão única de sua trama. Sem erros gramaticais encontrados por mim, sua revisão é algo notável, assim como sua diagramação cujos pequenos detalhes fazem toda a diferença. Iniciando sempre com um trecho da coluna mais esperada, a Editora Arqueiro soube dosar todos os elementos de forma que essa é mais uma das inúmeras obras que além de uma edição física linda, apresentam conteúdo de deixar qualquer um encantado!
Nada Escapa a Lady Whistledown é aquela obra que a gente imagina que vai gostar, mas mesmo assim ainda se vê sendo surpreendido pelos comentários inteligentes, pelas estórias muito bem escritas – ainda que algumas não tenham conseguido me convencer tanto – e pelos protagonistas encantadores. Repletos de personalidade cada história é completa e não deixa a desejar de forma a encantar a todos. Coesa, simples e concisa, essa é aquela obra que engana a quem acha que por se tratar de contos não encontrará profundidade e lições importantes sobre a vida, mas principalmente sobre o amor.
Mostrando porque é uma das rainhas do gênero, Júlia Quinn vem pra ensinar que não é apenas sobre colocar palavras em um papel, mas sobre como reunir a muitos em prol de uma mesma personagem – fazendo com que dê tão certo que nem mesmo aqueles que não gostam do tipo, se vejam apaixonados. Ainda que eu tenha me sentido muito mais instigada pelo primeiro volume, essa segunda obra é tão incrível quanto, motivo pelo qual nada menos que a nota máxima é o merecido. É claro que eu achei que em alguns contos a noção do amor ficou extremamente artificial, o que me incomodou um pouco, mas cercado pela aura do amor e das coisas impossíveis até mesmo essas partes acabam por ser críveis; afinal se até mesmo o Tâmisa congelou, quem sou eu pra dizer algo sobre como as pessoas se apaixonam, não é mesmo? Mais do que recomendado, Nada escapa a Lady Whistledown ganha o selo de qualidade e merece o lugar que detém no catálogo dessa editora que dá aula quando o assunto é romance de época!
Um beijo