Enquanto em Mais Lindo que a Lua Julia Quinn acabou por seguir um caminho novo que não se mostrou capaz de agradar a todos, em Mais Forte que o Sol – o segundo livro das irmãs Lyndon – ela se redimiu com classe criando uma estória que segue aquele padrão romântico, divertido e completamente apaixonante que é só dela. Completamente oposto ao seu primeiro livro, aqui o amor não acontece à primeira vista, nem quando a pessoa literalmente cai dos céus. Misturando um lorde cuja fama de libertino o acompanha e uma jovem dama que está longe de querer viver à custa do marido, essa é uma obra que promete muitas risadas e suspiros e garante cada uma deles! Confiram mais sobre o mais novo lançamento dessa rainha dos romances de época pela Editora Arqueiro na resenha a seguir:
Considerada a “rainha dos romances de época” pela Goodreads, Julia Quinn já atingiu a marca de 10 milhões de livros vendidos.
Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento.
Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu.
Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro.
No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal…
Informações técnicas:
Obra: Mais Forte que o Sol Autor(a): Julia Quinn Páginas: 288 Ano de Lançamento: 2018 Editora: Arqueiro Avaliação: 4/5 estrelas Onde comprar: Amazon / Saraiva
Volumes anteriores:
Resenha – Mais Lindo que a Lua
“Sempre pensei que era da cor do pôr do sol, mas agora percebo que estou errado. – Então pegou uma mecha e levou-a aos lábios. – Ele brilha mais. Brilha mais do que o sol. Assim como você.”
Eleanor Lyndon é uma jovem que não se vê tendo que reclamar muito da vida e se mostra bastante feliz com o que tem. Sendo a mais nova na família e a única solteira agora que sua irmã Victoria havia se casado, muitos poderiam acreditar que ela se encontrava desesperada para mudar sua situação. Mas sem nunca ter pensado em se casar, e extremamente perspicaz na hora de realizar investimentos, Ellie não vê problemas em sua vida – ainda que o reverendo Lyndon não possa vir a ser conhecido como alguém fácil de se lidar – e principalmente não em estar solteira. No entanto, desde que seu pai arrumou uma nova mulher, as coisas parecem estarem começando a desandar… Tendo recebido uma lista contendo os mais detestáveis pretendentes que ela conseguiria imaginar, além de ter sido informada pela Sra. Foxglove, a noiva de seu pai, que teria que realizar todas as tarefas que ela desejasse, inclusive limpar chaminés e comer menos, ela se vê determinada a não ficar muito tempo por ali.
No entanto, solteira e tendo todos seus investimentos presos junto ao banco uma vez que encontravam no nome de seu pai, ela acaba por começar a entrar em desespero sem saber ao certo o que fazer. No entanto, inteligente como apenas a mais nova da família seria capaz, ela começa a pensar em uma forma de mudar essa situação, o que a leva a reconsiderar o pedido de casamento mais estranho e inusitado que já sofrera enquanto seguia seu caminho para casa um pouco antes. Refletindo muito acerca do que fazer, Ellie acaba por se encontrar propensa a transformar a situação que se encontra em algo bom, afinal o casamento é apenas um negocio e não deveria ser tão difícil, certo?!
“Ellie nunca beijara um homem antes, mas podia ver que ele era um especialista no assunto. Ela não tinha ideia do que fazer; ele sabia demais.”
Charles Wycombe, conde de Billington, é um jovem cuja fortuna e charme são substanciais, mas que se encontra prestes a perder seu titulo se não encontrar uma forma de se casar nos próximos 15 dias antes de completar a idade limite imposta por seu pai: os temidos 30 anos. Bem apessoado, ele é um jovem que não teria nenhuma dificuldade em encontrar alguma jovem disposta a subir ao altar com ele, no entanto, quando casamento era a última coisa que um libertino poderia desejar e até mesmo sonhar, as coisas não podem ser tão fáceis assim – principalmente diante da perspectiva de ter que se manter casado com essa mesma mulher pro resto da vida.
No entanto, quanto mais o tempo passa, mais Charles se vê pressionado visto que manter sua fortuna era essencial não apenas de sua sobrevivência, mas de todo um condado e daquelas que ele se encontram próximas dele em Wycombe Abbey – uma propriedade antiga e imensa e extremamente cara para manter. Sem saber como, mas tendo conhecimento de que precisa manter a sua herança, ele faz o que todo rapaz sensato e da sua idade faria: beber e subir em uma arvore no meio do caminho… Ele só não esperava cair em cima de uma jovem que pode ser a resposta para o que precisa, mas convencê-la a aceitar sua proposta de casamento pode não ser tão simples quanto ele imaginou.
“Dentro de precisamente quinze dias, ele faria 30 anos. Dentro de precisamente quinze dias, toda a sua herança seria arrancada dele. A menos que…
A srta. Lyndon tossiu e limpou a poeira do olho. Charles olhou-a com renovado interesse. A menos que…Lentamente, a ideia foi tomando forma em seu cérebro ainda grogue, e ele se esforçou para não deixar escapar nenhum detalhe importante… A menos que, em algum momento nos próximos quinze dias, ele conseguisse encontrar uma esposa.”
Sem uma alternativa melhor, ambos acabam por se ver envolvidos no casamento que poderia ser considerado o mais rápido da estória. Elaborando os termos do casamento, ambos visando conseguir alcançar seu dinheiro, Ellie e Charles acabam por se tornar marido e morar sob o mesmo teto. No entanto, sem conhecer nada um sobre o outro além das sensações que habitam o corpo de cada um quando o outro está próximo, estar casado parece muito pior do que ela pensou. Por um lado está Charles que está disposto e determinado a realizar a consumação de seu casamento, por outro lado está Ellie determinada a se mostrar útil como seu novo título de Condessa exige, mas quando as coisas começam a dar errado pode ser que nenhum dos dois consiga realizar o que querem… Seria possível surgir amor entre um casal que se conheceu por apenas 4 dias antes de se casar? E mais importante, eles encontrariam uma forma de sobreviver sem se matar no meio do caminho?
“Pode ficar aqui esta noite? Pelo menos até eu adormecer?” Ele assentiu e beijou sua têmpora. “Que bom. Fica mais quente com você aqui.” Charles soprou a vela e deitou em cima das cobertas. Então, quando tinha certeza de que ela estava dormindo, tocou o próprio coração e sussurrou: “Fica mais quente aqui também.”
Atingir a marca de mais de 10 milhões de livros não é para qualquer um, mas quando nos deparamos com estórias sofisticadas, muito bem elaboradas e completamente apaixonantes, essa realidade acaba por não se mostrar tão irreal. E se tratando de Julia Quinn fica extremamente fácil entender o porquê; ainda mais com a sua nova obra Mais Forte que o Sol se mostrando exatamente a junção de tudo que mais amamos em suas narrativas: um drama capaz de encantar e divertir na mesma intensidade. Apresentando uma protagonista que é totalmente oposta a que se encontra pelo gênero, nos vemos sendo levados a conhecer – e nos apaixonar – por uma jovem decidida e que sabe muito mais que muitos por ai, e com um libertino viciado em listas que não tinha a intenção de se casar, mas que se viu sem escolha. Clichê? Totalmente, mas quando se trata da rainha do gênero de época isso está longe de se mostrar algo ruim.
Ellie Lyndon é uma jovem solteira que vive sozinha em uma pequena casa com seu pai, o reverendo, desde que sua irmã mais velha Victoria se viu saindo de casa. Acostumada a cuidar de tudo, ela está longe de ser uma típica dama da sociedade Londrina, principalmente por conta de sua perspicácia e interesse em investimentos de forma a tornar a sua modesta quantia de dinheiro em um valor cada vez maior. Sem luxos, mas tendo uma vida satisfatória, ela está convicta de que nunca irá se casar – principalmente diante de sua idade já considerada avançada demais para um casamento adequado – e está bem com isso; mas quando seu pai acaba por se tornar noivo de uma mulher detestável disposta a tornar sua vida um verdadeiro inferno, ela acaba por passar a procurar alternativas. Tendo plena certeza de ser capaz de cuidar de si e se manter, ela é aquela protagonista que se mostra extremamente centrada e não desanima diante de desafios; extremamente petulante e sem papas na língua, sua noção da realidade é extremamente real e ela não vive a sonhar com coisas que não pode ter. Mantendo sua personalidade já tão conhecida por aqueles que desfrutaram do primeiro volume da duologia, Eleanor é aquela protagonista inteligente, com respostas rápidas e sagazes, extremamente divertida e que sabe o que quer. Longe de ser alguém perfeita, mas ao mesmo tempo com características pelas quais é impossível não querer se encantar, Ellie se mostra uma mulher independente, forte, mas que apresenta inseguranças como qualquer outra pessoa. Extremamente real, sua construção torna fácil para o leitor se ver completamente encantado e ansioso para conferir suas trajetórias que em nada deixam a desejar.
Charles Wycombe, mais conhecido por conde de Billington, é um personagem que também não se vê ficando para trás quando o assunto é encantar. Sem disfarçar se tratar de alguém que está acostumado a ter tudo o que deseja, inclusive as mulheres (um verdadeiro libertino em letras maiúsculas),e possuidor de uma vasta fortuna ele é a última pessoa que você esperaria encontrar dentro problemas, mas é o que talvez mais os tenha. Sedutor, ele é alguém que sabe de seu charme e não hesita em usá-lo, mas em nenhum momento se mostra um grande idiota. Determinado e extremamente consciente da necessidade daqueles que se encontra ao seu redor, ele se vê tendo que abdicar de todo o seu estilo de vida e rápido. Se mostrando o típico mocinho das histórias de Quinn, ele é aquele rapaz que tem uma fachada de libertinagem, mas se mostra extremamente sensível e dedicado aqueles que ama tornando fácil se sentir totalmente arrebatada por ele. Cercado de defeitos, mas com qualidades na mesma intensidade, nos vemos diversas vezes rindo de suas listas e torcendo para que fique junto de uma vez com a Eleanor – ainda que eles já estejam casados.
Narrado em terceira pessoa e alternando entre a visão de ambos, aos poucos vamos conhecendo esse casal que se formou por um acaso e que tinha tudo para dar errado, mas parece ser a escolha certa ao estarem juntos. Com uma química inegável e um romance construído aos poucos, essa não é uma estória onde a paixão acontece à primeira vista (ainda que o desejo esteja claramente presente), mas que vai evoluindo aos poucos até que se mostra tudo aquilo que se pode enxergar. Extremamente clichê, essa não é uma história que surpreende em seu desenrolar e nem tem um plot twist de tirar o folego; mantendo o estilo do gênero dos romances de obra, essa é aquela obra leve, divertida e feita de forma despretensiosa, mas nem um pouco menos viciante por conta disso. Muito bem trabalhado, encontramos os pontos principais e essenciais na obra e nos vemos cada vez mais encantados com seus desenrolares, ainda que o leitor se veja sofrendo até que as coisas finalmente se encaminhem.
Extremamente doce e inteligente ao mesmo tempo, esse livro é aquela obra que encanta no olhar com sua edição muito bem realizada pela Editora Arqueiro que não destoa da mensagem e do que se pode esperar dessa obra. Seguindo aquele padrão já tão conhecido de folhas amareladas, de alta qualidade e uma fonte de tamanho ideal que não cansa a vista na leitura, e uma diagramação mais simples, mas não menos encantadora, Mais Forte que o Sol é completo e não deixa a desejar em nada. Com uma revisão muito bem feita, um trabalho impecável e uma cara atraente, é impossível não se ver curioso e desejoso de ler; sem falar que ao mesmo tempo em que é única, ela ainda se encaixa perfeitamente à seu primeiro volume de forma a criar algo harmônico na estante. Simples, mas não menos impactante e belo, essa é aquela estória capaz de mostrar o seu brilho e o seu calor ainda que em um primeiro momento não se mostre exatamente assim.
Intenso, apaixonante, Mais Forte que o Sol é aquela obra cuja leitura é feita de forma despretensiosa, rápida e que desperta o sentimento de aconchego ao coração. Sem recorrer a artifícios elaborados, nem a reviravoltas de arrancar o folego, a autora sabiamente soube tornar uma temática tão clichê em algo claramente seu. Unindo os pontos que todos os que se mostram ávidos por romance de época buscam, essa é aquela trama que pode até não fazer o coração bater mais rápido ou mais forte, mas o enche de calor como nenhum outro.
Se redimindo em grande estilo, Julia Quinn, mostrou nesse segundo volume o porque de ser considerada uma das mais queridas e a rainha do gênero quando o assunto é romance de época. Personagens apaixonantes, uma narrativa fluida e instigante, um amor real e lento, são apenas algumas das coisas que ela trabalhou ao longo das 288 páginas de forma majestosa. Longe de ser algo transformador, mas extremamente importante e necessária essa é aquela obra que todos os fãs da autora esperam encontrar ao começar uma de suas estórias e diferente do que aconteceu da primeira vez, não decepciona em nada ao manter seu estilo que se encontra presente em cada detalhe. Maravilhoso, profundo e repleto de romance, esse é aquele livro que todos os apaixonados pelo gênero precisam ler! Longe de ser algo tão polemico quanto o primeiro, nesse a autora apenas te convida a embarcar e descobrir que muitas vezes o que você mais deseja pode cair aos seus pés – ainda que você não saiba disso.
Recomendo!!
Um beijo